A dependência digital pode levar ao vício em drogas. Os psiquiatras explicam que é muito comum o dependente químico ter uma interação maior com o mundo virtual.
Um estudo realizado por um instituto americano apontou que o número de pessoas viciadas em smartphones cresceu quase 60% entre 2014 e 2015. Se antes eram 176 milhões de viciados, agora são 280 milhões de pessoas.
O programa mostra ainda o desafio de controlar toda uma geração que está crescendo grudada em tablets e celulares. Quem deveria dar limites ainda está aprendendo a lidar com as novas tecnologias. Um projeto de lei em análise na Câmara dos Deputados prevê a proibição do uso dos celulares nas salas de aula de todo o Brasil. Por enquanto, quem dita as regras são os pais e as escolas.
A dependência digital já é considerada um transtorno mental. As pessoas que ficam muito ansiosas ou angustiadas quando estão longe dos celulares podem sofrer de nomofobia, um distúrbio que atrapalha a vida social, o desempenho no trabalho e pode até provocar acidentes graves. O Instituto Delete, no Rio de Janeiro, é o primeiro a tratar pessoas dependentes de internet.
O departamento americano, equivalente ao conselho nacional de trânsito constatou: 1 em cada quatro acidentes no país envolve o uso de celular. A atenção do motorista cai pela metade. E gravar mensagem de áudio em vez de digitar não reduz o perigo.
“Quase 80 % dos jovens checam suas redes sociais antes de dormir. A vida virtual está ocupando um espaço que as relações de carne e osso deveriam ocupar. E isso é muito ruim”, explica o psiquiatra da PUC Cristiano Nabuco. Ele defende que o primeiro contato com o mundo digital não deve acontecer antes dos 2 anos de idade.
O neurologista Luciano Ribeiro, da Associação Brasileira do Sono, destaca que o uso exagerado de smartphones e tablets prejudica a qualidade do sono, o que leva a problemas cardiovasculares, doenças endócrinas, como diabetes e obesidade, além de problemas emocionais, mentais e envelhecimento precoce.