Ao som da música “O que é, o que é”, de Gonzaguinha, contemplando “a beleza da vida, não tendo vergonha de ser feliz”, as ruas do centro de Porto Seguro nesta quinta feira, 18/05, foram tomadas pela mobilização no Dia da Luta Antimanicomial, em defesa da vida e respeito as pessoas portadoras de transtorno mental. Ao longo do percurso, os participantes do evento ergueram faixas e cartazes contendo mensagens de incentivo a inclusão social dos portadores de sofrimentos emocionais, alertando a sociedade sobre a importância de promover o rompimento do preconceito e a valorização a liberdade.
A caminhada, promovida pela Prefeitura em ação conjunta com a Secretaria de Saúde e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), reuniu grande público, contando com as presenças da Secretária de Saúde, Edna Alves, estudantes das escolas municipais, profissionais da saúde mental, pacientes e sociedade civil.
Sensibilização através da arte cênica
Recursos de dramatização protagonizados por profissionais que atuam nos CAPS foram apresentados durante a caminhada, tendo a perspectiva de reproduzir a realidade dos maus tratos que os pacientes vivenciavam na década de 80, confinados nos manicômios. A encenação realística chamou a atenção dos comerciantes e turistas, que observaram atentos o sofrimento psicológico de homens e mulheres que recebiam eletrochoques e excesso de medicação. O fechamento da peça teatral, com a soltura dos pacientes, exibiu a extinção dos manicômios por meio da reforma psiquiátrica, implantando um novo modelo de assistência em saúde mental no Brasil, estruturado nos CAPS, possibilitando o cuidado humanizado e integral dos usuários.
“O Movimento Antimanicomial surgiu a partir da manifestação pelos direitos das pessoas com sofrimento mental à liberdade, a viver em sociedade e a receber cuidados e tratamento como cidadão, sem encarceramento em hospitais psiquiátricos. Os portadores de transtorno mental merecem receber tratamento público de saúde digno e integral, como temos oferecido em Porto Seguro, dando a eles o resgate a auto estima, a validade legítima do respeito”, declara a prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira.
Atualmente, Porto Seguro atende 2.800 pessoas que recebem tratamento no Sistema Único de Saúde, nas 3 unidades do Centro de Assistência Psicossocial. “As condições da saúde mental no Brasil evoluíram, mas a luta pela saúde mental não para. Expressamos que se mantenha vivo o cuidado e fique claro que os pacientes não devem ser excluídos do convívio social. A nossa luta diária é pela permanência do tratamento com respeito, carinho, igualdade, dignidade oferecendo serviços e programas que desenvolvem atividades em ambientes coletivos de interação”, enfatiza a Superintendente de Saúde mental, Nathielly Andrade.
Secretaria Municipal de Saúde
Ascom – Prefeitura de Porto Seguro