Um grupo de seis estudantes vai formar a primeira equipe brasileira da história a participar da competição NASA Human Exploration Rover Challenge, feita na sede da agência espacial americana, em Huntsville, no Alabama, EUA.
Todos eles vêm da região de São Gonçalo e Niterói, no Rio de Janeiro, e têm entre 15 e 17 anos. A missão dos “Spacetroopers” — nome do time escolhido por eles — é construir um rover, veículo projetado para andar em ambientes extraterrestres. O carrinho pode ser elétrico, motorizado ou robotizado. Para o desafio era preciso projetar um automóvel do tipo tripulado e mecânico.
Os brasileiros não só fizeram o projeto em pouco tempo, como construíram o aparelho com o mínimo possível de custos. Segundo a estudante de engenharia da Universidade Federal Fluminense Nathália Pires, de 17 anos, o carrinho, movido a pedal, custou 1.100 dólares para ficar pronto. Uma grande diferença quando comparado à média de custo dos outros carrinhos: seis mil.
A competição conta com a participação de 72 países, e, pela primeira vez, vai ter a participação de uma equipe brasileira. “Eu achei o anúncio na página de um rede social de uma garota da Europa. Acho que nem tem divulgação aqui no país”, conta Rafaela Bastos, de 17 anos, à GALILEU. Foi ela quem enviou o e-mail para a organização do evento, perguntando se era possível fazer uma inscrição brasileira.
“Nós brincamos que foi nosso presente de Natal, porque dia 25 de dezembro eles nos responderam agradecendo o interesse e confirmando nossa entrada”, diz Nathália. Em janeiro, a equipe inciou a projeção do carrinho, que durou pouco mais de um mês. Antes de ficar completamente pronto, porém, eles já vinham treinando o manuseio do veículo.
A ideia do NASA Human Exploration Rover Challenge é desafiar o rover em tarefas de exploração extraterrestre. A principal competição é uma corrida de obstáculos, de aproximadamente 840 metros. Em outra prova, é preciso coletar amostras no menor tempo possível, com ferramentas projetadas pela própria equipe. Em um terceiro desafio, o design da roda do veículo é avaliado.
Além de Nathália e Rafaela, o time é formado por Larissa Perrone, Alexandre Rodrigues, Fellipe Franco e Yago Dutra. Todos assíduos participantes de olímpiadas científicas. Para conseguir bancar a viagem, porém, o grupo precisou arrecadar uma vaquinha de 60 mil reais, que abarcava o preço de transporte do carrinho, dos participantes e outros custos de viagem.