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Descarte o racismo e a discriminação, a xenofobia, a intolerância religiosa, o machismo, o autoritarismo, o fascismo, os golpes, a violência e a boçalidade.
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O caldo resultante é o Emergências, encontro que começou hoje no Circo Voador, no Rio de Janeiro (RJ), com um discurso do ministro da Cultura, Juca Ferreira, e um ato emocionante protagonizado por 19 mulheres proeminentes em suas atividades profissionais e militância.
Em seu discurso, o ministro destacou que o Emergências representa uma ampliação da ação do Ministério da Cultura, que desde 2003 deixou de trabalhar só com arte, para aproximar-se de maneira mais sistemática às lutas pela igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres, contra o racismo, contra a xenofobia, contra a destruição do meio ambiente, entre outras várias questões que emergem no início do século XXI.
“Vivemos tempos de ameaças de perdas de direitos, de retrocessos das conquistas sociais e políticas conquistadas a duras penas nas últimas décadas e de tentativas de legalizar uma relação irresponsável com o meio ambiente. No Brasil, e em alguns outros países, há os que querem retroceder ao tempo em que o Estado não era laico”, contextualizou Juca Ferreira.
O ministro afirmou que a queda do muro de Berlim marcou também o início de um processo onde as grandes causas, de caráter mais totalizante, deixaram de mobilizar a população em geral, mas, por outro lado, multiplicaram-se as demandas sociais.
“Por mais paradoxal que seja, exatamente quando o sinal estava fechado para as utopias mais gerais, cresceram e passaram para o primeiro plano demandas de vários segmentos sociais e expandiram-se os ideais libertários, ideais que, significativamente, exigem uma revolução cultural. Foi quando a cultura assumiu o primeiro plano e invadiu o campo da política. Estamos falando de novas sensibilidades e visões de mundo. Estamos falando de uma nova cultura política”, disse, agregando que o Emergências está associado a reflexão profunda sobre este novo contexto social, político, econômico e cultural.
Enfatizando que “fora da democracia não há caminho que valha a pena trilhar”, Juca Ferreira ainda criticou o processo de impeachment em curso no Brasil, classificando-o como quebra da ordem democrática. “Para se ter uma ideia do momento que estamos vivendo: há quem no Brasil de hoje peça a ditadura de volta, há quem trame golpe de Estado dando-lhe aparência de legalidade, sem nenhum receio de pôr em risco a democracia”, disparou.
Vinícius Mansur
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura