A explicação para isso é simples. A economia se sofisticou. Se antes o uso da força era imprescindível para o plantio e colheita de alimentos, p. ex., hoje isto é feito por máquinas. Mas para que elas existam é preciso que alguém as invente. E para que funcionem, é preciso que alguém as opere. Em resumo, nos dias atuais, seja para inventar ou para operar máquinas caras, que plantam e colhem sementes geneticamente modificadas, é preciso ter alguma escolaridade.
Estamos na sociedade do conhecimento. No preço das roupas, dos remédios, dos livros, CDs ou DVDs está embutida a remuneração pelo uso da marca de grife, da patente, do design, dos direitos autorais. E a maior parte das habilidades e competências necessárias para que cada um de nós atue, crie ou invente é aprendida nas escolas e faculdades.
A valorização da educação virou espécie de mantra, principalmente durante as campanhas eleitorais. Mas para passarmos do discurso à realidade, precisamos rever algumas posturas. No mundo capitalista, o dinheiro expressa o valor que damos aos bens. Se a educação é tão importante, por que um professor ganha menos que um juiz? Por que a profissão que nos abre o caminho para o sucesso profissional é uma das menos prestigiadas socialmente? Se é prioridade para os pais, pois define o futuro de seus filhos, por que alguns nunca pagam a mensalidade da escola em dia, embora troquem de carro e de celular todo ano? Se estudar é tão importante, por que alguns alunos levam mais tempo nas academias de ginástica do que com um livro na mão?
Leciono há 17 anos. E como professora nada me gratifica mais do que ver o brilho que brota no olho do aluno que aprendeu algo novo. Não há nada mais representativo da existência de Deus do que o Homem enquanto ser capaz de acumular e transferir conhecimento, desenvolver suas próprias potencialidades e superar, todos os dias, seus limites. Se a inteligência, que nos dá a capacidade de intervir no mundo, modificando-o, é uma graça divina, não desenvolvê-la é recusar esse presente dado por Ele.
Um ano em uma escola fraca, com maus professores é um tempo perdido, que não tem volta. Em tempos de matricula escolar, sugiro que pais e mães busquem o máximo de informações que puderem sobre a escola. As avaliações feitas pelo MEC através do ENEM e do ENADE são, sem dúvida, meios importantes de checar a qualidade do ensino. Se a escola não for boa, não matricule seu filho. Se no ano passado ele esteve matriculado em uma escola ruim, crie coragem e troque. No quesito educação, o futuro dele está sendo construído hoje.
Finalizo desejando aos leitores do Política Livre que 2013 nos proporcione amor, paz e saúde. O resto nós construimos.
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