O desenvolvimento das cidades e os avanços tecnológicos, ao longo dos anos, promoveram por si só mudanças na rotina das pessoas, as tornando cada vez mais ocupadas e, com isso, se intensificaram na população os casos de estresse, também conhecido como mal do século. Desde o início da pandemia pelo Covid-19, em fevereiro deste ano, foram estabelecidas pelas autoridades medidas de prevenção, principalmente a adoção de quarentena e distanciamento social, condições que podem contribuir para o aumento do estresse.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 90% da população mundial sofra com isso. E o Brasil, segundo levantamento da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA), de 2017, é o segundo país no mundo com maior nível de estresse. É importante destacar, no entanto, que o estresse é um estímulo natural, e o que define se ele é bom ou ruim é a forma como o indivíduo reage à situação.
“É uma resposta fisiológica e comportamental normal a qualquer situação que exija adaptação e pode ser algo bom ou ruim, dependendo de como cada um reage à situação”, comenta a Luciana Takeuchi Branco, coordenadora médica do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Psiquiatria Vila Maria. Segundo a especialista, é preciso atenção, porém, porque o estresse em excesso tem o poder de imobilizar o poder de ação da pessoa, enquanto a carência ou ausência dele pode ser desmotivador.
Fases do estresse
O estresse é caracterizado por quatro fases diferentes: alerta, resistência, pré-exaustão e exaustão. No início ocorre o alerta, que é quando o corpo dá os primeiros sinais, e não passa de 24 horas. Depois vem a resistência, quando as pessoa usa suas energias para fugir da situação de estresse ou para enfrentá-la. Não conseguindo fugir nem enfrentar, a pessoa encara a fase da pré-exaustão, quando o organismo enfraquece e doenças podem surgir. Neste caso, orienta Luciana, é preciso procurar ajuda profissional. “Além de ajuda psicológica, deve-se procurar o médico especialista na doença que eventualmente se desenvolveu, para não chegar à quarta e última fase, a da exaustão, em que a pessoa já está muito doente, e pode desenvolver doenças mentais ou clínicas”, explica a médica.
Controle do estresse
Estar sempre atento à saúde do corpo e da mente são as indicações dadas pelos especialistas para quem busca ter uma melhor qualidade de vida e estabilidade emocional. E isso caminha lado a lado com o controle do estresse, segundo a coordenadora, que reforça a importância de uma alimentação equilibrada e da prática de atividades físicas, além de evitar pensamentos negativos. “É importante cuidar do corpo, alimentar-se de maneira saudável, fazer alguma atividade física [mantendo os cuidados para evitar a transmissão do coronavírus], organizar a rotina de sono, construir uma rotina no contexto do isolamento, além de nutrir-se mentalmente de pensamentos edificantes que permitam enxergar a beleza da vida”, finaliza.
Fonte: https://www.spdm.org.br/saude