Os problemas enfrentados pelo futebol feminino no Brasil foi debatido nesta segunda-feira, em São Paulo, durante a Conferência Nacional de Futebol (Conafut) no painel “O Desenvolvimento do Futebol Feminino”. Entre os pontos abordados pelas participantes estiveram a falta de divulgação da modalidade na mídia, o pouco investimento por parte dos grandes clubes e problemas na gestão do futebol feminino no Brasil em comparação com outros países.
– Vejo a modalidade com potencial muito grande de mídia, publicidade e atração de público mas precisamos mostrar a modalidade da forma correta. Não adianta vender o esporte da mesma forma que o futebol masculino – comentou Aline Pellegrino, ex-jogadora e atual coordenadora de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Ela avalia que a modalidade precisa, em primeiro lugar, se tornar um “produto” para poder ser vendido.
– Temos bons clubes e jogadoras de qualidade mas não estamos conseguindo fazer idsso um produto até pela imagem da modalidade no país – comentou Aline.
Diretor de marketing de futebol feminino do Corinthians, que tem uma parceria na modalidade com o Audax, Cris Gambare diz que os problemas ocorrem mesmo com os grandes clubes de futebol do país.
– Há muita dificuldade em mídia e patrocínio mesmo para um grande clube. Hoje, o time feminino do Corinthians é mais visto no Facebook do que na mídia tradicional – comentou.
Já a árbitra-assistente Renata Ruel cita um fato que vivenciou quando atuou da Disney Cup, torneio voltado para estudantes realizado nos Estados Unidos e que contou com a participação do Corinthians. Segundo ela, havia no time brasileiro uma menina jogando no meio dos meninos pois sua mãe não sabia onde colocá-la para jogar no Brasil.
– A mãe da garota me falou que se não conseguisse um local no Brasil iria tentar mandá-la para os Estados Unidos para jogar. Tem quem queira jogar em nosso país mas falta divulgação na maioria das vezes. E um trabalho de gestão é fundamental – afirmou Renata.
Fonte: http://www.lance.com.br